Vídeo: Bolsonaro “desenterra” fala enigmática antiga de Gleisi e revela algo estarrecedor

Nos últimos dias, um vídeo do ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a agitar os bastidores da política nacional. Em suas redes sociais, ele divulgou uma gravação antiga onde Gleisi Hoffmann, presidente do PT, faz uma fala considerada por muitos como polêmica — e até contraditória com o discurso atual do partido. No vídeo, Gleisi chega a afirmar que houve fraude nas urnas, reacendendo um debate que parecia estar adormecido desde o fim das eleições de 2022.

Vamos voltar um pouco no tempo. Logo após a derrota nas urnas para Luiz Inácio Lula da Silva, ainda em 2022, Bolsonaro e o PL entraram com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Alegavam supostos erros na apuração dos votos do segundo turno. Na época, o partido apresentou um relatório de uma auditoria feita por uma empresa privada. O documento apontava que modelos antigos de urnas — que, segundo o relatório, correspondiam a 59% das utilizadas — teriam apresentado “inconsistências”. Isso, claro, foi alvo de críticas de especialistas e rejeitado pelo TSE, que não identificou irregularidades no processo.

Mesmo assim, o ex-presidente manteve sua postura crítica em relação à lisura do sistema eleitoral. E agora, com a publicação desse vídeo de Gleisi, ele busca reforçar seu ponto de vista. No trecho em questão, a deputada afirma, com todas as letras: “Não tenho dúvidas de que foi fraude eleitoral!”. A frase, dita em outro contexto político, gerou grande repercussão. E claro, Bolsonaro não perdeu tempo em destacar a aparente incoerência.

“Mais uma vez, um nome importante da esquerda fala sobre fraude — e, mais uma vez, nada acontece”, escreveu o ex-presidente na legenda. Na visão dele (e de muitos de seus apoiadores), existe um tratamento desigual quando se trata de críticas ao sistema eleitoral. Segundo esse grupo, enquanto uns são perseguidos até por levantar suspeitas, outros podem fazer acusações diretas sem qualquer consequência.

E aí fica a pergunta no ar, né? Por que quando alguém sugere mudanças ou melhorias nas urnas, com o objetivo de dar mais transparência ao processo, já se fala em punição, inelegibilidade, ou até prisão por “atentado ao Estado Democrático de Direito”? Mas quando outra pessoa, de um lado político diferente, fala algo até mais grave… o silêncio reina?

Isso levanta questões sérias sobre isonomia e imparcialidade das instituições. Afinal, será que o peso da lei muda de acordo com o nome de quem fala? Ou será que apenas determinadas opiniões são consideradas perigosas?

A postagem de Bolsonaro reacendeu uma discussão que, mesmo que muitos tentem evitar, continua viva no imaginário de uma parte expressiva da população. E numa época em que o país tenta se reconstruir politicamente, essas questões precisam ser debatidas — com seriedade, respeito e sem dois pesos e duas medidas.

No fim das contas, o vídeo de Gleisi, resgatado estrategicamente por Bolsonaro, se tornou mais um capítulo dessa história que parece estar longe de ter um ponto final. Como cidadão, fica difícil não se perguntar: quem, de fato, está sendo ouvido? E quem está sendo silenciado?

Confira: