Depois de mais de sete horas puxadas de operação nas montanhas da Indonésia, o corpo da brasileira Juliana Marins foi finalmente retirado do Monte Rinjani nessa quarta-feira (25). O trabalho foi liderado pela equipe da Agência Nacional de Busca e Resgate, conhecida como Basarnas, que enfrentou uma verdadeira batalha contra o terreno complicado e o clima ruim da região.
Um dos momentos mais tensos do resgate foi filmado por um dos montanhistas que ajudavam na missão. No vídeo, dá pra ver quando o corpo de Juliana é içado de uma parte super difícil de acessar, algo em torno de 600 metros abaixo da trilha principal. Pra quem não conhece a região, o Monte Rinjani é um dos pontos mais altos da Indonésia e, mesmo sendo muito procurado por aventureiros, pode ser extremamente perigoso em determinadas épocas do ano – e esse foi exatamente o caso agora.
A operação envolveu três equipes experientes que atuaram juntas, apesar das condições meteorológicas nada favoráveis. Havia pouca visibilidade, muito vento e até risco de deslizamento. Ainda assim, o resgate seguiu firme. Segundo o chefe da Basarnas, Marechal do Ar TNI Muhammad Syafi’i, a missão foi uma das mais complicadas das últimas semanas. “A localização era muito remota. Foi um esforço coletivo que exigiu paciência e precisão”, declarou ele à imprensa local.
Juliana, que era do Rio de Janeiro e vivia em Niterói, estava desaparecida desde o fim de semana anterior. Seu corpo foi localizado na terça-feira (24), após quatro dias de buscas intensas que mobilizaram tanto equipes locais quanto voluntários. Ela havia iniciado a trilha com um grupo, mas acabou se afastando e, por razões ainda não muito claras, não conseguiu retornar. Há rumores de que ela tenha escorregado durante a descida, mas isso ainda vai ser investigado com mais profundidade pelas autoridades locais.
Depois do resgate, o corpo de Juliana foi levado até uma base improvisada no vilarejo de Sembalun – ponto de partida de muitas das trilhas que sobem o Rinjani. De lá, seguiria para o hospital Bayangkara, onde seria feita a identificação oficial e os trâmites para repatriação ao Brasil. Familiares e amigos da brasileira aguardam com tristeza e ansiedade a chegada dela no país.
Essa tragédia reacende o debate sobre segurança em trilhas internacionais, principalmente na Ásia, onde muitos brasileiros se aventuram todos os anos. Com o turismo de aventura crescendo, também cresce o número de incidentes – e infelizmente, em alguns casos, com desfechos fatais. Só nos últimos meses, houve relatos de acidentes similares no Nepal, na Tailândia e nas Filipinas, o que tem feito autoridades discutirem novas exigências de preparo e equipamentos pra turistas que se arriscam em trilhas de alta montanha.
Nas redes sociais, várias mensagens de apoio à família foram postadas, inclusive por outros trilheiros que passaram pelo Rinjani recentemente. Muitos relataram dificuldades parecidas e reforçaram o apelo por mais orientação e fiscalização nessas áreas.
Por mais que o resgate tenha sido bem-sucedido, o sentimento é de luto e de alerta. Juliana, que era conhecida por sua paixão por viagens e natureza, deixa uma história interrompida de forma triste, mas também um lembrete forte sobre os riscos que, às vezes, não aparecem nas fotos bonitas de Instagram.
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