Durante a operação de busca e apreensão feita pela Polícia Federal em julho, em Brasília, um detalhe curioso chamou atenção dos investigadores. No escritório do Partido Liberal (PL), mais exatamente na mesa onde Jair Bolsonaro costumava trabalhar, foram encontradas várias anotações escritas à mão pelo próprio ex-presidente. E o que mais intrigou foi o conteúdo: referências diretas a Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos.
Entre os papéis apreendidos, havia expressões como “DT e JB”, “Trump e equipe validaram o convite”, “JB alinhado DT” e “JB — Trump — Último”. Segundo fontes próximas à investigação, essa última frase indicaria que Bolsonaro se enxerga, junto com Trump, como um dos “últimos líderes” de uma espécie de cruzada conservadora global. É uma visão que, de certa forma, ele já expressou em discursos e entrevistas, principalmente depois das derrotas eleitorais tanto dele quanto do americano.