Usina eólica reacende disputa territorial centenária entre Brasil e Uruguai

Conflito Territorial entre Brasil e Uruguai: O Impacto do Parque Eólico da Eletrobras

Um recente projeto da Eletrobras, que visa a construção de um parque eólico, trouxe à tona uma disputa territorial que perdura há mais de um século entre Brasil e Uruguai. A situação se desenrola na fronteira do Rio Grande do Sul, especificamente em Santana do Livramento, onde a tensão histórica voltou a ser discutida devido a interesses energéticos. Este projeto, que possui a capacidade de gerar 302,4 MW, é o foco de um investimento significativo de R$ 2,4 bilhões, e sua implementação está atrelada a uma área que o governo uruguaio reivindica como sendo parte de seu território.

O Parque Eólico e a Reivindicação Uruguaia

O parque em questão, denominado Coxilha Negra, é considerado crucial para atender a demanda energética de aproximadamente 1,5 milhão de consumidores. Contudo, a complexidade da localização do projeto gerou um imbróglio diplomático. O Ministério das Relações Exteriores do Uruguai enviou uma nota oficial ao Itamaraty, solicitando a reabertura das discussões sobre a posse do território conhecido como “Rincão de Artigas”. Segundo os uruguaios, houve um erro de demarcação da fronteira em 1856, o que coloca sob a posse brasileira uma área de 237 km² que, segundo eles, deveria ser parte do Uruguai.