Confira a piada de Moraes que arrancou risos de Bolsonaro em sessão do STF

Na sessão da Primeira Turma do STF dessa segunda-feira (9/6), o ministro Alexandre de Moraes acabou surpreendendo e arrancando risos até mesmo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Isso aconteceu durante o julgamento em que o ex-ajudante de ordens Mauro Cid prestava depoimento. A audiência, que era pra ser séria, ganhou um momento de humor, meio irônico, daqueles que só acontecem quando se mistura política e tribunal.

Cid, como se sabe, tem colaborado com a Justiça e decidiu abrir o jogo sobre a tal “minuta do golpe”, um documento que já deu muito pano pra manga e que teria sido revisado pessoalmente por Bolsonaro e seu ex-assessor Filipe Martins. Segundo o próprio Cid, o ex-presidente teria “suavizado” o texto original, que previa a prisão de várias autoridades, tanto da política quanto do Judiciário. No entanto, segundo ele, uma figura específica permaneceu na lista dos que deveriam ser presos: o próprio Alexandre de Moraes.

Aspas pro Cid: “De certa forma, ele [Bolsonaro] enxugou o documento, retirando as autoridades das prisões. Somente o senhor [Alexandre de Moraes] ficaria como preso, o resto não…”. Mas antes mesmo de Mauro Cid terminar a fala, Moraes mandou uma resposta rápida: “Ao resto foi concedido habeas corpus”. A ironia ali foi clara, e a resposta pegou de surpresa quem tava assistindo. O plenário caiu na risada, inclusive o próprio Bolsonaro, que até então mantinha um semblante mais sério.

Esse tipo de interação é raro, mas diz muito sobre o clima das investigações. Na mesma sessão, além de Mauro Cid, também prestou depoimento o deputado federal Alexandre Ramagem (PL), que chefiou a Abin durante o governo Bolsonaro. Ambos são nomes ligados ao chamado “núcleo 1” da suposta tentativa de golpe — uma lista que inclui ainda figuras de peso como Augusto Heleno, ex-chefe do GSI; Almir Garnier, que comandava a Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Paulo Sérgio Nogueira, da Defesa; e Walter Braga Netto, que foi chefe da Casa Civil.

Enquanto isso, do outro lado do continente, o governo norte-americano acompanha tudo com atenção. Fontes ligadas ao ex-presidente Donald Trump avaliam que as possíveis sanções contra Alexandre de Moraes, que têm sido debatidas nos bastidores, não vão mudar o rumo da Justiça brasileira e nem evitar a condenação de Bolsonaro, caso se confirme o envolvimento dele nos planos golpistas.

A Casa Branca, por sua vez, já pensa adiante. A expectativa, de acordo com analistas políticos dos EUA, é que Lula possa perder as eleições do ano que vem para algum candidato mais conservador. E aí entra um ponto curioso: acredita-se que, em caso de vitória da direita, um eventual presidente aliado ao bolsonarismo poderia conceder um indulto, ou até mesmo anistia, ao ex-mandatário.

Esse tipo de especulação mostra como o cenário político brasileiro tem repercussão lá fora, e como o destino de Bolsonaro ainda pode sofrer muitas reviravoltas. Afinal, num país onde até ministro do Supremo faz piada em pleno julgamento, tudo é possível. Só resta saber se o riso no plenário será lembrado como uma anedota ou como um prenúncio de algo mais sério.