Mulher engasga em desafio de comer paçocas; médico alerta para riscos graves dessas provas

O Desafio da Paçoca: Um Alerta Sobre os Riscos e Como Agir em Situações de Engasgo

Recentemente, um incidente alarmante chamou a atenção durante a 9ª edição da Quermesse do Itaóca, em Mongaguá, onde uma mulher de 38 anos se engasgou ao participar de um desafio que envolvia comer cinco paçocas em apenas 30 segundos. Com uma recompensa de R$ 200, muitos se sentiram atraídos pela competição, mas o que ocorreu foi um triste lembrete dos perigos que podem surgir ao apressar a ingestão de alimentos. A vítima foi rapidamente socorrida e levada ao Hospital Regional de Itanhaém, onde foi internada para tratamento.

Riscos da Ingestão Apressada

De acordo com o médico Marcelo Bechara, o ato de comer rapidamente pode aumentar significativamente o risco de engasgo. “Quando as pessoas mastigam e engolem com pressa, o alimento pode não ser bem triturado ou umedecido com saliva, tornando mais difícil a passagem segura pela garganta”, explica. Isso acontece porque a traqueia e o esôfago compartilham a mesma entrada, o que significa que um alimento pode facilmente obstruir as vias aéreas, levando a consequências graves.

Além do risco de engasgo, existem outros perigos associados à ingestão rápida de alimentos, como:

  • Aspiração pulmonar, que pode causar infecções graves;
  • Vômitos intensos;
  • Distensão gástrica aguda, que pode provocar dor intensa e até rupturas em casos extremos.

Intervenção Rápida é Crucial

Bechara enfatiza a importância de um socorro rápido em casos de engasgo. “Quando as vias aéreas estão obstruídas, o oxigênio não chega ao cérebro. Isso pode resultar em parada respiratória e até parada cardíaca em poucos minutos. Cada segundo conta”, alerta o médico.

No evento, o fisioterapeuta Leandro Bueno Nader das Chagas, que estava presente, presenciou o incidente e se dirigiu para ajudar. Ele observou que as tentativas de desengasgar a mulher estavam sendo feitas de maneira inadequada, com várias pessoas puxando seus braços. Com isso, ele decidiu assumir a situação e aplicou a manobra de desengasgo por quatro vezes, sem sucesso.

“A mulher estava sem pulso e sem respirar. Iniciei a massagem cardíaca enquanto um senhor, que se apresentou como seu marido, fez a respiração boca a boca,” relembrou Leandro. Após várias tentativas, a mulher conseguiu reagir, mas teve uma segunda parada cardiorrespiratória, o que exigiu que Leandro continuasse com as manobras de reanimação até a chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Como Proceder em Casos de Engasgo

O procedimento mais comum para ajudar vítimas de engasgo é a manobra de Heimlich, que envolve compressões abdominais para expelir o corpo estranho. Isso é indicado apenas para pessoas que estão conscientes. Se a vítima perder a consciência, é vital iniciar a reanimação cardiopulmonar (RCP) e chamar uma ambulância imediatamente.

A prática de primeiros socorros é importante e pode salvar vidas em situações críticas como essa. Contudo, é essencial que se tenha sempre o auxílio de profissionais de saúde, como os que estavam presentes na quermesse, mesmo que as tentativas de desobstrução não tenham sido bem-sucedidas naquele momento.

O Que Aprender Com Esse Caso?

Este incidente traz à tona a necessidade de refletir sobre os desafios que envolvem a ingestão rápida de alimentos, principalmente em eventos festivos onde a segurança pode ser comprometida. O responsável pela barraca, que oferecia o desafio, afirmou que o acidente ocorreu quando a participante usou o dedo para empurrar o doce em sua boca, o que pode ter contribuído para a situação. É uma lembrança de que, mesmo em eventos divertidos, a segurança deve ser sempre uma prioridade.

As autoridades locais, como a Prefeitura de Mongaguá, afirmaram que o evento não tinha vínculos diretos com eles, ressaltando que a segurança dos participantes é de responsabilidade dos organizadores. A direção da quermesse também se comprometeu a prestar assistência à família da vítima e afirmou que o evento teve um histórico de segurança em edições anteriores.

Conclusão e Chamada para Ação

É crucial que todos nós estejamos cientes dos riscos relacionados ao consumo apressado de alimentos e saibamos como agir em situações de emergência. Aprender a realizar a manobra de Heimlich e outros primeiros socorros pode fazer a diferença entre a vida e a morte. Se você ainda não fez um curso de primeiros socorros, considere fazê-lo. E compartilhe essa informação com amigos e familiares para que mais pessoas possam estar preparadas para agir em momentos críticos.

Se você já passou por uma situação semelhante ou tem dicas sobre como agir em caso de engasgo, compartilhe sua experiência nos comentários abaixo!