Na manhã dessa segunda-feira, 1º de julho, um acidente aéreo chocou moradores de São José do Rio Preto (SP). Um avião de pequeno porte caiu numa área rural próxima à Estrada Municipal José Domingues Netto, e tudo foi registrado por um vídeo que circulou rapidamente pelas redes sociais. A tragédia resultou na morte de duas pessoas, conforme informado pelo Corpo de Bombeiros.
A aeronave havia decolado pouco antes do Aeroporto Estadual Professor Eribelto Manoel Reino, ainda pela manhã. Segundo informações repassadas pelos próprios bombeiros, tratava-se de um voo de instrução — ou seja, um daqueles voos onde se faz treinamento prático com instrutor e aluno a bordo.
As vítimas foram identificadas como Felipe Coiado, de apenas 24 anos, e Abner Oliveira, de 39, que segundo relatos preliminares estavam realizando manobras de treinamento no momento da queda. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) confirmou que ambos vieram a óbito devido a politraumatismo craniano. A violência do impacto não deu chance de socorro.
Os bombeiros foram acionados por volta das 11h50, mobilizando seis viaturas para o atendimento da ocorrência. Curiosamente, apesar do impacto, não houve fogo ou vazamento de combustível, o que normalmente se espera num acidente desse tipo. Equipes do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) e da Polícia Técnico-Científica também foram acionadas e já iniciaram os trabalhos no local para apurar as causas do acidente.
Um detalhe que chamou atenção: o avião era um modelo CAP-4 Paulistinha, de prefixo PP-RDJ, fabricado lá em 1943 — ou seja, uma aeronave com mais de 80 anos. Apesar da idade, segundo o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) da Anac, o avião pertencia ao Aeroclube de São José do Rio Preto e estava com a documentação regularizada para voos de instrução.
Por uma dessas ironias trágicas do destino, o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) da aeronave estava marcado para vencer exatamente no dia do acidente. É claro que isso não quer dizer que o avião estivesse em más condições, mas levanta aquela pulga atrás da orelha sobre o acompanhamento técnico e o controle de manutenção dessas aeronaves antigas usadas em aeroclubes.
Até o momento, o destino do voo não foi divulgado oficialmente, e também não se sabe se houve algum tipo de falha técnica ou erro humano. O vídeo que registrou o momento da queda mostra a aeronave perdendo altitude rapidamente e se chocando contra o solo. Não há áudio, mas pelas imagens é possível perceber que o piloto tentou controlar o avião até os últimos segundos.
A tragédia reacende o debate sobre a segurança em voos de instrução, especialmente quando envolvem aviões antigos. São aeronaves que muitas vezes fazem parte da história da aviação brasileira, mas precisam de uma manutenção cuidadosa e constante. E mais importante: precisam de fiscalização rígida por parte dos órgãos responsáveis.
A cidade de São José do Rio Preto está de luto. Amigos e familiares das vítimas prestaram homenagens nas redes sociais, lembrando o amor que ambos tinham pela aviação. “Felipe sonhava em ser piloto comercial, estava perto de realizar isso”, disse uma amiga próxima em uma publicação comovente.
Agora, resta aguardar os laudos técnicos e as investigações que devem esclarecer os motivos dessa triste perda. Enquanto isso, a pergunta que fica é: será que acidentes assim poderiam ser evitados?
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