Tentativa de Adoção Ilegal em Manacapuru: O Que Sabemos Até Agora

Na última sexta-feira, dia 11, um caso chocante de tentativa de adoção ilegal foi registrado na cidade de Manacapuru, no interior do Amazonas. Wesley Fabian Lourenço e Luiz Armando dos Santos foram presos ao tentarem sair do hospital com um bebê recém-nascido. A polícia, após investigações, descobriu que a situação envolvia um esquema muito mais complexo, com ligações até mesmo com o estado de São Paulo.

O Esquema de Adoção Ilegal

A investigação liderada pela delegada Joyce Coelho revelou que o suposto agenciador da entrega do bebê seria José Urbelan Pinheiro de Magalhães, um homem de 47 anos e proprietário de uma lanchonete na cidade. Segundo a delegada, a Justiça local colaborou com informações que ajudaram a desvendar o caso. “Eles já tinham tentado um pedido de adoção anteriormente, mas foram excluídos do processo por tentarem burlar o sistema”, explicou ela em uma coletiva de imprensa.

Na verdade, a situação anterior não foi considerada um crime, pois ficou na esfera cível, o que significa que embora a tentativa de burlar o sistema tenha ocorrido, não houve a caracterização de fraude criminal. Contudo, a delegada acredita que a situação possa se agravar, já que existem suspeitas de que esses homens possam ter adotado anteriormente outra criança de forma ilegal.

Mais Informações Sobre os Suspeitos

Ainda segundo a delegada, existem denúncias de que o casal já havia estado em Manacapuru antes e que conseguiram levar outra criança com eles. “Estamos investigando essas alegações para entender melhor o histórico das idas e vindas desse casal ao Amazonas”, dis a delegada. A Polícia Civil está comprometida em verificar cada uma dessas denúncias e identificar possíveis casos anteriores de adoções ilegais.

A Mãe e a Criança

A mãe do recém-nascido, que tentou vender o bebê por R$ 500 para quitar uma dívida com um agiota, também está sendo investigada. Segundo informações, a mulher, que ainda não foi identificada, tinha uma conexão com um intermediador chamado José Urbelan. Este era conhecido por facilitar contatos entre a mãe e possíveis interessados na adoção clandestina. A delegada mencionou que a mãe recebeu outros pagamentos além dos R$ 500, o que levanta mais questionamentos sobre a situação.

• O casal estava hospedado em um hotel desde junho, monitorando a gravidez da mulher até o nascimento do bebê.
• Um dos homens assistiu ao parto e se apresentou como pai, recebendo a Declaração de Nascido Vivo, documento necessário para o registro civil.

Com este documento, ele poderia ir ao cartório e registrar a criança como seu filho biológico, o que complicaria ainda mais a situação legal. No entanto, uma falha no sistema do cartório evitou que o registro fosse realizado, permitindo que a polícia agisse antes que o casal conseguisse deixar o estado com o bebê.

Liberação Após a Prisão

Apesar da prisão em flagrante, ambos os homens foram liberados após uma audiência de custódia no domingo, dia 13. A delegada afirmou que a prisão foi legal, mas a Justiça decidiu pela liberação. “Agora estamos trabalhando para reunir mais provas e solicitar a prisão preventiva”, disse ela. O promotor de Justiça Jerson de Castro Coelho também comentou sobre a situação, ressaltando a necessidade de uma investigação mais profunda para averiguar se há uma organização criminosa por trás desse esquema.

A Criança e o Destino dela

Após a alta médica, a criança foi acolhida por uma instituição de proteção à infância e está sob os cuidados do Conselho Tutelar. A mãe, que também recebeu alta, deverá ser ouvida pela Polícia Civil, pois já está indiciada. A delegada afirmou que a mulher não tem condições de cuidar da criança, tendo já negociado sua entrega para pagar dívidas. A investigação continua, e a polícia está atenta a novos desdobramentos.

Esse caso levanta questões sérias sobre adoção ilegal e a exploração de vulnerabilidades. O fato de a mãe ter tido múltiplos partos registrados em Manacapuru sem que o Conselho Tutelar tenha conseguido localizar os filhos levanta ainda mais suspeitas. Esperamos que as investigações revelem toda a verdade por trás dessa situação.

É fundamental que a sociedade esteja atenta a casos como esse e que se busquem formas de proteger as crianças e as famílias envolvidas. Se você tem alguma informação ou deseja compartilhar sua opinião sobre o assunto, sinta-se à vontade para deixar um comentário abaixo!