Fernando Haddad detona tarifaço de Trump e faz forte acusação contra Bolsonaro; entenda

Na quinta-feira (10), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou os olhos e as palavras contra a família Bolsonaro, responsabilizando diretamente o clã pelo aumento de 50% nas tarifas impostas pelo governo de Donald Trump aos produtos brasileiros que são exportados para os Estados Unidos.

Segundo ele, essa medida não tem qualquer embasamento econômico. “A única explicação plausível pra isso que foi feito ontem é que a família Bolsonaro urdiu esse ataque ao Brasil”, disparou. “E com um objetivo bem específico, que é escapar dos processos que tão correndo na Justiça”.

Haddad foi além, acusando diretamente o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está em solo americano, segundo ele, tramando contra os interesses do Brasil. “A única explicação é de caráter político, envolvendo a família Bolsonaro. Não é acusação leviana minha, não. O próprio Eduardo falou, em público, que se não tiver perdão, as coisas podem piorar. Ele disse isso. Então, nos faz crer – até porque não tem outra explicação razoável – que esse golpe contra o Brasil foi articulado por forças extremistas internas”.

Durante a entrevista concedida a jornalistas, o ministro do governo Lula classificou a decisão do governo Trump como “eminentemente política” e sem “nenhuma racionalidade econômica”. Ele lembrou que os Estados Unidos têm superávit comercial em relação tanto ao Brasil quanto à América do Sul, o que tornaria a medida incoerente do ponto de vista financeiro.

Aliás, essa tensão no comércio internacional não surge num momento qualquer. O cenário político mundial anda carregado, com eleições se aproximando nos EUA e debates acalorados sobre relações comerciais ganhando destaque. Ainda mais depois da visita recente de Eduardo Bolsonaro aos EUA, que levantou suspeitas e deixou o clima diplomático mais tenso.

Mesmo diante dessa situação, Haddad mostrou otimismo. Ele acredita que, com uma boa articulação diplomática, o Brasil possa reverter esse aumento de tarifas. “Eu não acredito que isso vai durar. Primeiro porque a diplomacia brasileira é respeitada mundo afora. O Itamaraty sabe o que faz. Sabe negociar e sentar à mesa, mesmo com quem pensa diferente”.

O ministro também destacou que o governo federal manteve, em todo momento, os canais abertos de negociação com o novo governo norte-americano. Disse que, apesar das turbulências, os laços comerciais entre os dois países continuam sendo fortes e que há interesses mútuos que não podem ser ignorados.

Haddad comentou ainda que os setores da economia que foram diretamente afetados pela medida já estão se mobilizando. “Muita gente já procurou o presidente Lula. Tem empresários preocupados, porque essa decisão afeta diretamente exportações importantes. Eu quero crer que esse tiro no pé vai ser revertido, porque não se sustenta. Não há lógica nessa atitude”.

E, por fim, ele deixou no ar que a retaliação pode sim ter sido uma jogada política orquestrada por grupos que tentam enfraquecer o atual governo e desviar o foco dos seus próprios problemas com a Justiça. O cenário, como muitos analistas apontam, é de jogo pesado e interesses cruzados, onde a diplomacia pode ser tanto a arma quanto o escudo.

As informações foram divulgadas pela Agência Gov.