Homem que agrediu namorada com 61 socos em elevador entrega o que fez após ação: “Sentei”

Na manhã do dia 27 de julho, durante a audiência de custódia, o ex-jogador de basquete Igor Eduardo Cabral, 29 anos, contou sua versão sobre um episódio que chocou não só Natal (RN), mas o Brasil inteiro. Ele está preso acusado de agredir brutalmente Juliana Garcia, 35 anos, com nada menos que 61 socos, tudo isso dentro de um elevador. A cena, registrada pelas câmeras do prédio, circulou nas redes sociais e causou revolta geral.

Segundo o próprio Igor, o momento foi um “surto”. Ele relatou que, assim que a porta do elevador abriu e percebeu o que tinha feito, teria pedido ajuda. “Assim que a porta abriu, caiu a ficha… pedi pra chamarem uma ambulância na hora e me entreguei. Sentei na calçada e fiquei esperando”, afirmou diante do juiz, tentando passar a ideia de arrependimento imediato.

O caso ganhou proporções ainda maiores porque, no instante da agressão, um segurança do condomínio estava de olho nas câmeras do circuito interno e viu tudo acontecendo em tempo real. Sem perder tempo, ligou para a Polícia Militar do Rio Grande do Norte. Quando o elevador chegou ao térreo, moradores conseguiram conter Igor até a chegada dos policiais. A prisão foi feita ali mesmo, sem chance de fuga.

No momento em que era socorrida, Juliana entregou aos agentes um bilhete escrito às pressas, afirmando que o agressor havia ameaçado matá-la. Esse detalhe aumentou a gravidade da situação, levando a Polícia Civil a enquadrar Igor no crime de tentativa de feminicídio — uma acusação pesada, que pode resultar em longa pena.

E o caso seguiu se desenrolando. Já agora, no dia 7 de agosto, o Ministério Público do Rio Grande do Norte teve sua denúncia aceita pela Justiça. Ou seja, Igor Cabral agora é oficialmente réu, e o processo criminal contra ele vai seguir, com todas as etapas jurídicas que costumam se arrastar, mas que, dada a repercussão, provavelmente terão um acompanhamento mais rigoroso.

De acordo com as investigações, a motivação para tamanha violência teria sido ciúmes. Algo tão antigo quanto a própria humanidade, mas que, infelizmente, continua levando a tragédias como essa. Amigos próximos da vítima disseram à imprensa que ela já vinha relatando situações de comportamento controlador, mas que não imaginavam que chegaria a esse extremo.

Esse episódio também reacendeu o debate sobre segurança e proteção das mulheres, especialmente em relacionamentos onde existe algum histórico de possessividade ou agressão. Nas redes sociais, diversos perfis de defesa dos direitos femininos e movimentos como o “Todas por Elas” usaram o caso para reforçar que sinais de abuso não devem ser ignorados.

Nos grupos de mensagens e nas conversas de elevador (com o perdão da ironia amarga), o assunto virou pauta. Alguns vizinhos do condomínio disseram que ficaram chocados com a frieza da cena, que mostrava a vítima tentando se proteger num espaço minúsculo, sem qualquer chance de escapar.

Enquanto isso, do lado jurídico, a defesa de Igor tenta amenizar a situação, alegando que ele teria problemas emocionais e que não se recorda com clareza de cada golpe desferido. Ainda assim, o vídeo e as testemunhas presentes na ocorrência tornam a tarefa de defender o ex-jogador extremamente complicada.

Agora, resta acompanhar o andamento do processo, que deve incluir novas oitivas, perícias e a análise de provas, até que o caso chegue a julgamento. Independentemente do resultado, a violência registrada em Natal no final de julho é mais um triste lembrete de que o feminicídio, mesmo quando não consumado, é uma realidade que continua assombrando o país em 2025.